A mielite transversa é uma inflamação rara que afeta toda a extensão da medula espinhal, por isso é caracterizada como transversa. Conseqüentemente, ele bloqueia a transmissão dos impulsos nervosos que entram ou saem da medula espinhal.
Pode ocorrer em um único episódio, em episódios recorrentes ou no contexto de inflamação múltipla.
As causas
A mielite transversa é autoimune, o que significa que o corpo responde a seus próprios tecidos como se eles fossem estranhos. É por isso que produz anticorpos que atacam as próprias células, neste caso a medula espinhal.
Como muitas doenças dessa classe, a causa que a desencadeia não é conhecida ao certo.
No entanto, sabe-se que geralmente aparece após contrair outras doenças, como:
- Esclerose múltipla
- Neuromielite óptica, uma doença da visão
- Doença de Lyme
- Sífilis
- Tuberculose
- Vasculite
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Meningoencefalite viral, que afeta o cérebro
Da mesma forma, a ciência registra que também apareceu após a administração de antiparasitários ou antifúngicos, após o uso de anfetaminas ou heroína, ou após uma infecção ou aplicação de uma vacina.
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Para o futuro
A mielite transversa e a esclerose múltipla são doenças associadas, uma vez que a última se desenvolve em 10% a 20% das pessoas que têm mielite.
As pessoas podem se recuperar em poucos dias ou meses a partir do início dos sintomas, porque o prognóstico da doença é muito variado. Mas, amplamente, sabe-se que:
- Um terço das pessoas se recupera.
- Um terço continua com fraqueza muscular e problemas urinários.
- Um terço se recupera pouco e permanece em cadeiras de rodas ou na cama, além de outros problemas urinários e intestinais.
Quando o problema causal pode ser identificado, o trabalho é feito naquela doença específica.
Porém, no restante dos casos, ela é tratada principalmente com corticosteróides. Atualmente, estão sendo investigados os benefícios da aplicação do tratamento de plasmaférese aos pacientes, que consiste em retirar sangue do corpo e processá-lo de forma que os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas sejam separados do plasma. As células sanguíneas são então devolvidas ao paciente.
Comunicação – corpo – medula
A inflamação pode danificar ou destruir a mielina, que é a substância gordurosa que cobre as fibras das células nervosas. Nesses episódios, são geradas cicatrizes que interrompem a comunicação entre os nervos da medula espinhal e o resto do corpo.
Por esse motivo, as consequências são muito diferentes, assim como a intensidade dos sintomas que incluem:
- dor na parte de trás das costas
- fraqueza muscular
- sensações anormais nos dedos dos pés e nos pés
- paralisia
- retenção urinária
- perda de controle do intestino.
A mielite transversa ocorre em qualquer idade, sexo e raça, e não sabem se tem predisposição familiar. Na maioria das vezes, aparece entre as idades de 10 e 19 e entre as idades de 30 e 39.
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A hipótese viral
Uma das teorias sobre o surgimento da mielite transversa no caso do indivíduo que demonstrou efeitos adversos após a vacina Oxford-AstraZeneca é a reação do sistema imunológico “atacando” a si mesmo.
A lista de infecções por vírus é extensa e inclui: varicela, herpes, citomegalovírus, Epstein-Barr, gripe, ecovírus, HIV, hepatite A e rubéola.
O principal sintoma em todos os casos é a dor.
Embora os responsáveis pela criação da vacina Oxford-AstraZenecano não tenham confirmado que a culpa é da doença pela pausa nos ensaios, se finalmente for confirmada, não será a primeira vez.
Uma investigação analisou 119 indivíduos com mielite transversa e descobriu que 47% dos casos foram notificados após a vacinação contra a hepatite B e 20,16% após a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV4).
No entanto, este é apenas um dos estudos e é essencial trabalhar com cada vacina específica para estabelecer coincidências.